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Deuses da Galécia do Norte

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Mensagem  M· Diniz Nemetios Seg Abr 18, 2011 11:50 am

(por Marcílio Diniz Nemetios)

·Aedovios (EDOVIOS)
Etim.: *aidu-yo- "o que arde, queima" (há a probabilidade de tal nome ser um epíteto de uma outra divindade)
Nat. Func.: deus tribal-local, provavelmente associado ao fogo (nos aspectos alimentador, aquecedor e talvez mensageiro [de condutor das oferendas] também), a magia, aos acessos e estadias no outromundo e a proteção militar.
Símb.: chama (?)

·Ariounoi (ARIOVNOI/ARIOVNI)
Etim.: *aryo-ono- "grandes senhores, livres, nobres" ou de *ar-yo-ono- "grandes arados, lavradores" ou de *ar-y-aw-no- "os que são arados" ou ainda de *pharyāno- "guardas, vigias"
Nat. Func.: provavelmente outro nome para os deuses gêmeos vd. Equounoi (o epíteto *menekko-sego-āko- > **minko-seg-aiko- "de conquistas freqüêntes" parece confirmar); ou ainda deuses associados ao cultivo dos campos, a salvação da lavoura, fundação e estratificação social e religiosa (se associado ao Indo-Europeu *Aryomen-), de modo que designaria outro par de gêmeos divinos Indo-Europeus (um responsável pelo sacrifício do irmão, e pala instauração civilizacional e o outro – o sacrificado – pela formação do mundo e pela regência no mundo dos mortos [vd. Regō?]).
Símb.: arado (?)

·Bandā ou Bandis (BANDA, BANDIS, BANNIS)
Etim.: vd. Bandus
Nat. Func.: aspecto feminino do deus Bandus de caráter tribal, associado a entrada ao Outromundo, à proteção das águas e nascentes que nutrem a comunidade, a boa sorte, riqueza e sucesso, a casamentos, harmonia familiar e bons relacionamentos.
Símb.: ?

·Bandus (BANDVS, BANDIS, BANDVA, BANNIS)
Etim.: *bandi- "pingo, fluir, manar", ou *bend- "ligar, atar" ou *bandu- "melódico, sonoro", ou ainda de *gʷheid- "forte, inchado"
Nat. Func.: deus tribal-comunitário e supra-regional, associado a proteção armada da comunidade, lar, família, a guerra, laços e compromissos comunitários (o que inclui provavelmente, justiça e contratos), educação dos guerreiros e virtudes morais, proteção dos campos e fontes comunitárias de sobrevivência (o que inclui arroios, riachos, etc.).
Símb.: caninos, torque, víria (?) , caprinos (bode em especial?)

·Berobreus (BEROBREVS)
Etim.: *berro-breu- "morro, monte, inchaço curto" *beru-breu- "morro espetado" *wēro-breu- "inchaço curvo"
Nat. Func.: deus tópico, local; associado a morro onde está seu santuário em Faxo de Donón, provavelmente associado a proteção do local e prosperidade da comunidade local.
Símb.: ?

·Bodos (BODOS)
Etim.: *bodo- "contentamento, prazer, satisfação, boa vontade" ou com *boudyo- "vitorioso, conquistador"
Nat. Func.: deus tribal-local, provavelmente associado com alegria (talvez, embriaguez e plantas relacionadas a produção de tais estados), boa disposição moral, amabilidade; ou talvez com os ventos, conquista, triunfo, selvageria e batalhas .
Símb.: ?

·Cohus (COHVS - seria uma versão de Cossus? Numa inscrição consta com o epíteto **tenis, donde *Cohuē Tenē - que gerou a interpretação que se tratava da deusa britônica Coventiná)
Etim.: vd. Cossus
Nat. Func.: provavelmente seja o deus Cossus; caso não seja aparenta, ser ainda um deus tribal de funções parecidas (talvez mais ligado a metalurgia) .
Símb.: ?

·Cossus (COSSVS, COSSOS, COSOS, COSVS)
Etim.: *kotsu- "que causa incisão, corte" ou *kond-s-u- "o que flameja, queima" ou *koχsu- "articulador"
Nat. Func.: deus tribal e supra-regional, associado a guerra, liderança no campo de batalha, virtudes morais guerreiras, fúria (provavelmente, ao ardor brioso e frenesi guerreiro), a diplomacia e unidade militar; provavelmente associado a minas (a ferraria e trabalho em metal) e zonas costeiras (ao mar e aos ventos).
Símb.: cão, espada (?), lobo (?) , caprinos (?)

·Degantiā (DEGANTIA)
Etim.: *di-n-g-ant-yā "aquela que é amassante, pressionante, formante" ou de *dī-gan-it-yā- "a que nasce de, nascida de"
Nat. Func.: deusa tribal-comunitária, provavelmente associada aos animais silvestres, bosques, caça, proteção armada e ao namoro ou a atividade sexual (e talvez, às associações lunares com isso) .
Símb.: ?

·Equounoi (EQVEVNOI/EQVEVNI)
Etim.: *ekʷē-suno- "filhos eqüestres" ou de *ekʷo-ono- "grandes cavalos, garanhões"
Nat. Func.: deuses gêmeos de aspecto tribal-comunitário, associados a salvação em situações difíceis, auxiliadores nos empreendimentos, rapidez nos caminhos, prosperidade, jovialidade (eterna), cavalos e transportes; talvez sejam filhos de Reus (ou talvez, de Vestios) e estejam associados a aurora e ao crepúsculo (e talvez a proteção de arautos e mensageiros).
Símb.: cavalos brancos, estrela matutina e vespertina (?)

·Lugues (LVGVES, LVCOVES)
Etim.: *lugu- "deus Lugus" < *loukyo- "brilhante"
Nat. Func.: deus supra-regional, multi-habilidoso, relacionado à destreza, aptidão em geral, perícia, vasta capacidade profissional, inventividade e criatividade, prosperidade econômica, dinheiro, lucro rápido, negociações (o que envolve contratos e juramentos), comunicação em geral (o que inclui augúrios), tecnologia, caminhos, transportes, aproveitamento de oportunidades, conquistas, vitórias e liderança bélica temporária.
Símb.: sapatos, brilho/luz, lança (raio?), cavalo (branco) rápido, corvídeos (em especial com a ponta das asas brancas), galo, pássaros pequenos, expertos e rápidos, bolsa de dinheiro.

·Matres (MATRES)
Etim.: *matīr "mãe"
Nat. Func.: divindades supra-regionais adoradas localmente, geralmente apresentadas em trio, associadas a maternidade, nutrição, amamentação, fartura, proteção familiar e das esposas; talvez estejam associadas também ao destino, morte e a maternidade tribal. Há quem defenda que cada uma das três Matres possuíam funções diversas com base na epigrafia da Gália (vejam aqui), sendo uma propriamente associada a maternidade, amamentação e gravidez, outra (de aspecto anciã de cabeça completamente coberta) velando sobre os costumes familiares, partos e talvez o destino e morte, e outra associada a fartura e prosperidade doméstica em geral.
Símb.: trio de mulheres de roupas longas com um seio amostra, parteiras, cobras (?), leite (?)

·Moelios (MOELIOS)
Etim.: *moilyo- "o que é modesto, simples"
Nat. Func.: divindade tribal-local, provavelmente associada a alagados, charcos, ao outromundo, fertilidade e aspectos aquáticos de cura, transformação, regeneração e talvez, divinação .
Símb.: ?

·Naviā (NABIA, NAVIA)
Etim.: *nawyā "a que flutua sobre a água" ou *nawi-yā "a do vale" ou nāw-yā "vale em forma de nave"
Nat. Func.: deusa supra-regional triforme, associada (1) a soberania, comando, plenitude da terra, providência natural/sazonal; (2 - aspecto *Coronā) proteção militar, Outromundo e acessos aquáticos a este (inclusive fontes e poços), e (3 - aspecto *Nymphā) florestas e lugares ermos, animais selvagens, lua, viço primaveril (provavelmente também associada a partos/nascimentos e a castidade ou em contra partida a fecundidade sexual e fertilidade) .
Símb.: pomba (branca), maçã (?), lua crescente (?), bosque, rio e monte (?), coelho-lebre (?)

·Regō (REGO)
Etim.: *reg-on- "extensão, que abarca, governa" ou de *rek-on- "que arranja, põe em ordem", *rēgo-n- "união, laço" ou de *rei-g-on- "tortura"
Nat. Func.: deus tribal, associado ao mortos, provavelmente ao governo no outromundo (talvez no aspecto celeste/estelar) .
Símb.: estrelas (?), teixo (?)

·Rēus (REVS, REVVS, REOS, REVIS)
Etim.: *reu-, rēu- "murmúrio, bramado, rio"; *rewǝ-, *rewu- "espaço aberto" ou *rewi- "intervalo de tempo, duração"
Nat. Func.: deus supremo e supra-regional (de muito provável função primordial na cosmogonia), associado ao céu, nuvens e as águas celestes (e provavelmente ao trovão) e águas benéficas em geral (incluindo termas), ao cômputo do tempo (pela lua e astros em geral), mudança das estações e fertilidade de origem celeste, assim como a vitória e equilíbrio celeste.
Símb.: roda raiada, nuvem pesada (provavelmente o raio e talvez uma clava), montanha, rio colérico, touro e o carvalho.

·Rēvā (REVA, REA)
Etim.: vd. Rēus.
Nat. Func.: Aspecto feminino ou divindade par do deus Rēus, deusa supra-regional (de provável função primordial na criação), associada as águas correntes, acessos ao Outromundo, criação, nutrição e fertilidade "aquática", assim como, provavelmente, ao amor e a virtudes conjugais.
o Símb.: rio corrente, vaca(?)

·Sannoavā (SANNOAVA)
Etim.: *sanwo-awā "torrente, rio forte" ou *san-no-awā "rio que alcança, inunda" ou de *sowono-awyā "descendente do sol"
Nat. Func.: deusa tribal-local, associada a riachos, arroios, ao outromundo, provavelmente a medicina, ao sol e talvez aos inícios (nas atividades profissionais) .
Símb.: riacho, poço (?)

·Torolos (TOROLOS)
Etim.: *torolo- "que atravessa, potente" ou talvez "monte, morro"
Nat. Func.: deus tribal, provavelmente relacionado ao confronto, a investida guerreira (o epíteto **kom-biki-aiko- < *kom-beikk-y-āko- "o que brame/ruge junto" pode indicar isto), ou talvez esteja associado a montes, morros e aos caminhos para o outromundo.
Símb.: morro (?)

·Vacos (VACOS, VAGOS)
Etim.: *wako- "vazio, vago, curvo"
Nat. Func.: deus tribal, provavelmente associado com o outromundo, mortos, poder, gado e talvez de aspecto fecundador/mágico, sinistro/terrível e escuro .
Símb.: clava (?), pote/caldeirão (?), touro negro (?) , céu escuro/noite (?)

·Vēror (VEROR, VIRROR)
Etim.: *werro- "elevado, melhor" ou de *wēro- "torcido, curvado, arredondado"
Nat. Func.: divindade tribal-comunitária, provavelmente associado as elevações arredondadas (colinas), fertilidade e talvez a artes intelectuais (incluindo música), cura ou magia (um epíteto seu **wili-aiko- > *wlek- "brilho, ígneo") , ou mesmo ao sol.
Símb.: ?

·Vestios (VESTIOS, VESTEROS)
Etim.: *westyo- "o que come, pasta, devora" ou "o que permanece" *westi-ro- "comedor, devorador"
Nat. Func.: deus tribal-comunitário, provavelmente associado a nutrição (do gado e dos humanos), pastos, assim como possivelmente ao céu (a estrela vespertina e matutina nos momentos de transição entre o dia e a noite? Ou ao céu límpido?) e talvez aos ventos. Há quem defenda que o epíteto Vesteros diz respeito a este deus ou seja outro nome dele (assim como há quem relacione tal epíteto ao deus Cossus e a Rēus)
Símb.: estribo (?) , céu (?), gado (?)

Possível modelo panteônico.


1. Deuses primordiais, de acordo com o modelo Indo-Europeu:
*Dyēus Ph2tēr - Rēus
*Deiwos - Rēus
*Plth2wih2 - Naviā
*Perkʷunos - Rēus (?) Lugues (?)
*H2eus(os) - Aedovios ou Vestios?
*PriHeh2 - Matres ou Degantiā?
*Deh2nu- - Rēvā
*Welnos - Vacos ou Vestios (?)
*Gêmeos: *Manu- & *Yemo- (*Aryomen-) - Ariounoi, um dos irmãos seria Regō? | *Seh2ul & *Meh1not – Veror/Sannoavā & Degantiā/Naviā (Nymphā)? | *Ekʷo- - Equounoi
*H2epom Nepots - Cossus?
*Peh2uson - ?

2. Deuses tribais de acordo com um modelo Céltico continental:
*Guerra, proteção, política, alianças, cidadania: Bandus (>Toutātis)
*Guerra, exércitos, justiça, liderança: Bandus, Torolos, Cossus (>Noudans, Camulos)
*Famílias, casamentos, harmonia conjugal: Bandis (>?)
*Maternidade, família, destino, partos, morte, virtudes conjugais, prosperidade doméstica: Matres (>Matres/Matronās)
*Metalurgia, fúria de batalha, iluminação (talvez aos serviços marítimos): Cossus (>Gobannū e Camulos)
*Negócios, dinheiro, prosperidade, conquistas, caminhos, habilidade: Lugues (>Lugus)
*Eloqüência, música, força, cura solar (e profecia): Vēror? (>Ogmios e Grannos, Belenos)
*Medicina, início nos ofícios/inspiração, chama doméstica: Sannoavā e Aedovios (>Sūlis, Brigindū)
*Nutrição, fartura, fertilidade e prosperidade em geral: Naviā (>Rosmertā, Eponā)
*Sexo, magia feminina (e profecia), fertilidade, proteção armada: Degantiā? (>Nemetonā)

3. Deuses tópicos
*Berobreus
*Moelios
*Bodos ?

a) deuses de maior devoção na antiguidade na Galécia do norte:
-Rēus, Bandus, Cossus, Naviā, Lugues.

-----
Fontes:

DELAMARRE, Xavier. Dictionnaire de la langue gauloise. Paris: Editions Errance, 2003.
HISPANIA EPIGRAPHICA: http://www.eda-bea.es/
MALLORY, J. P.; ADAMS, D. Q. The Oxford introduction to Proto-Indo-European and Proto-Indo-European world. Oxford: Oxford University Press, 2006.
MATASOVIĆ, Ranko. Etymological dictionary of Proto-Celtic. Leiden/Boston: Brill, 2009.
PEDREÑO, Juan C. O. Los dioses de la Hispania céltica. Madrid: Universidad de Alicante, 2002.
POKORNY, Julius. Proto-Indo-European Etymological dictionary: A Revised Edition of Julius Pokorny’s Indogermanisches Etymologisches Wörterbuch. Indo-European Language Association, 2007
PRÓSPER, Blanca M. Lenguas y religiones prerromanas del occidente de la Península Ibérica. Salamanca: Universidad de Salamanca, 2002.
REDENTOR, Armando. Panorama da Teonímia Pré-romana em Trás-os-montes Oriental. In: D'ENCARNAÇÃO, José (org.). Divindades indígenas em análise. Coimbra/Porto: Centro de estudos arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto, 2008. p. 105-124.
Revista E-KELTOI. Volume 6: the celts in the Iberian Peninsula: http://www4.uwm.edu/celtic/ekeltoi/volumes/vol6/index.html
Revista PALAEOHISPANICA: revista sobre lenguas y cultura de la Hispania Antigua, números 5-10. Zaragoza: Instituicíon "Fernando el Católico", 2005-2010.
Revista STUDIA CELTO-SLAVICA. Łódź: Societas Celto-Slavica, 2009.
UNIVERSITY OF WALES. Proto-Celtic - English wordlist. 2002: http://www.wales.ac.uk/en/CentreforAdvancedWelshCelticStudies/ResearchProjects/CompletedProjects/TheCelticLanguagesandCulturalIdentity/CelticLexicon.aspx
WEST, M. L. Indo-European Poetry and Myth. Oxford: Oxford University Press, 2007.
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Mensagem  M· Diniz Nemetios Seg Jun 27, 2011 1:52 pm

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Mensagem  callaeca Sex Jan 20, 2012 4:35 pm

Graziñas, M. Diniz.

Antes de facer calquera observación encol da etimoloxía teonímica occidental, quero debuxar o proceso de indo-europeización, xa que é necesario para comprender todos os aspectos relixiosos que han aparecer xa en época romana. O importante culto ás augas en todo o mundo celta, xa con ofrendas ou como medio de curación, pódese rexistrar na Galiza dende os inicios do Bronce coa a aparición de ofrendas de armas nalgúns dos cauces dos seus ríos. Esta tipoloxía de culto pódese definir como característicamente indo-europea.

Primeiramente, o termo 'celta' non implica etnicidade e aplicouse indiferentemente e de xeito pexorativo para nomear ás poboacións europeas occidentais que eran sociocultural e lingüísticamente afins. A Escola lingüística tradicional mantén como un dos rasgos definitorios da lingua celta a perda do */p/ orixinal indo-europeo en posición inicial e intermedia. Nembargantes, esta proposta amosa unha importante contradicción sobre do caracter indo-europeo desta perda fonética, xa que semella ser máis ben unha anomalía lingüística dentro do propio indo-europeo, xa que nin o itálico, grego, ilirio, eslavo, indo-irano, hitita, etc., nin as distintas variedades dialectais do hispano-celta occidental presentan esta irregularidade. Neste sentido, a perda do */p/ nos dialectos celtas históricamente coñecidos (como as transformacións fonéticas dexergadas no xermánico) parecen terse producido pola influenza de falantes de linguas non indo-europeas (p.e. o armenio presenta esta mesma característica de perda dp */p/ motivado ao contacto das linguas caucásicas veciñas que carecen do amentado fonema).

Emporiso, hai que establecer que a preservación do fonema indo-europeo /p/ nos dialectos hispano-celtas occidentais (agás do grupo consoántico inicial ie. *pl- onde cae: LARAVCO < ie. pla-ro-) sinala maior grao de indo-europeización efectiva, e de ningún xeito a aceltidade destes dialectos.

Estamos a falar da lingua na que obtemos o ítem léxico PARAMO, cun superlativo (*-(s)amo- < ie. *-(s)ºmmo-) que só podemos definir como celta, xa que é un rasgo innovador que o caracteriza e compartido co itálico onde evoluciona lóxicamente como *-(s)imo-: cf. proximus. Se pola presenza do /p/ o ítem PARAMO se exclúe do ámeto das linguas celtas, entón a forma superlativa *-(s)amo- deixaría de ser un rasgo específico e definitorio do celta común, pois que os dialectos occidentais peninsulares tamén presentan igualmente esta innovación.

Páramo áchase distribuido tanto na Celtiberia (SEGONTIA PARAMICA) como no NW peninsular (PARAMAECO), se ben descoñezo da súa existencia ao sur do Miño (en galego páramo é sinónimo de 'outeiro'). De xeito similar podemos rexistrar o ítem PALA, en galego 'oco, buraco ou toba entre penedos', que ten tamén correspondencia na Celtiberia (PALLANTIA) e no lepóntico PALA 'tumba (feita con pedras)', fronte o a.irl. all 'rocha'.

Na Celtiberia ollaríase, pois, un estrato lingüístico inicial de tipo occidental e onde a posterior perda do /p/ só pode explicarse a partires dun estreito contacto cunha lingua de carácter non indo-europea. O proceso histórico deste feito lingüístico podémolo encandrar coa chegada ao NE peninsular da Cultura das Urnas, que certamente supón a iberización da zona e, ao mesmo tempo, o fin da indo-europeización en todo o área oriental español.

A arqueoloxía mantén a idea de continuidade no Occidente peninsular que abrangue dende o comezo da Idade do Bronce ata a chegada de Roma, sen que se sinalen achegos poboacionais extrapeninsulares. Logo todo semella apontar que a orixe da lingua celta peninsular debeu configurarse no seu Occidente coa aparición das 'estelas antropomorfas' (pobos yamnaia ou kurgans) e a cerámica pre-campaniforme. O proceso histórico da súa difusión semella estar íntimamente vencellado coa expansión do fenómeno campaniforme dende Iberia ao través das redes comerciais derivadas e que coñecemos co nome de 'Cultura Atlántica' (fronte a Lausitz vencellada ao mundo balto-eslavo).

O área xeográfico do Campaniforme coincide en grande medida co asento histórico dos celtas, polo que cabe supór que o dominio lingüístico celta foi inicialmente producto dunha 'lingua franca' que serviu de modo de comunicación entre as élites guerreiras campaniformes (indo-europeos) e as poboacións autóctonas neolíticas. Soamente deste xeito se pode explicar o alto grao de dialectalización existente no celta en épocas históricas.

Onde a indo-europeización foi máis primitiva e extrema, SW de Iberia e no SE de Francia (onde se detecta unha importante expansión secundaria campaniforme dende Iberia), o */p/ indo-europeo presérvase (dialectos occidentais peninsulares, ligúr e lepóntico), mentres que onde a aprendizaxe da lingua indo-europea foi levada secundariamente polas élites campaniformes o */p/ pérdese por mór das antigas falas locais (e hai que lembrar que a neolitización peninsular foi levada a cabo por poboacións xenéticamente adscritos aos haplogrupos G2a -orixe caucásica- e J2a -introducen o megalitico atlántico, quizais dende Palestina e Líbano-.

Este feito, non só é contrastabel arqueolóxicamente, senón tamén antropolóxicamente tralo estudio dental de época campaniforme feito por J. Desideri, como xenéticamente: A difusión do clade R-S116 e o subclade R-Z89, pertencentes o haplogrupo R1b, parten dende o SW peninsular ata o norte de Europa, abranguendo a extensión exacta do Campaniforme. É precisamente en Huelva onde se atopan importantes xacementos de cobre, as primeiras cerámicas pre-campaniformes e numerosas estelas antropomorfas.





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Mensagem  M· Diniz Nemetios Sex Jan 20, 2012 8:46 pm

Saudações Callaeca e sê mui bem vinda!

Escrever-te-ei em português, ok?

Antes de mais nada, creio que muitos dos pontos serão tratados mais adequadamente no sub-fórum "Línguas"; a falta de tempo não permitiu postar lá ainda, apesar de já haver algum material. Grosso modo, estou trabalhando num pequeno léxico Lusitânico-Galaico (já que as fronteiras parecem ser mais de ordem fonética e talvez não tanto de vocabulário) de termos atestados e de construções vocabulares ("conlang") para uso religioso, assim como de um esquema básico das declinações e temas, numerais, advérbios e preposições, etc. É um trabalho condenado a revisão constante e sempre cercado pelo erro ou falta de informação sobre a totalidade das evidências (um corpus que reunisse todos os topônimos, antropônimos, teônimos e epítetos, nomes atestados na literatura greco-romana, medieval, etc., atualizado a cada ano - seria ótimo!). Focando mais especificamente neste tópico, a interpretação dos teônimos segue uma visão metodológica do tipo: a) prioridades na interpretação - 1) Proto-céltico, 2) Ítalo-céltico (hipótese de Frederick Kortlandt, que no contexto de teu post, seria a da preservação do *p- IE como traço arcaico, como defende J. Untermann em relação ao Lusitânico) e Indo-europeu, e se baseia na visão mais tradicional da perda do *p- inicial mesmo. Mas obviamente não se limita a ela apenas.

callaeca escreveu:Emporiso, hai que establecer que a preservación do fonema indo-europeo /p/ nos dialectos hispano-celtas occidentais (agás do grupo consoántico inicial ie. *pl- onde cae: LARAVCO < ie. pla-ro-) sinala maior grao de indo-europeización efectiva, e de ningún xeito a aceltidade destes dialectos. (...) Estamos a falar da lingua na que obtemos o ítem léxico PARAMO, cun superlativo (*-(s)amo- < ie. *-(s)ºmmo-) que só podemos definir como celta, xa que é un rasgo innovador que o caracteriza e compartido co itálico onde evoluciona lóxicamente como *-(s)imo-: cf. proximus. Se pola presenza do /p/ o ítem PARAMO se exclúe do ámeto das linguas celtas, entón a forma superlativa *-(s)amo- deixaría de ser un rasgo específico e definitorio do celta común, pois que os dialectos occidentais peninsulares tamén presentan igualmente esta innovación. (...) Páramo áchase distribuido tanto na Celtiberia (SEGONTIA PARAMICA) como no NW peninsular (PARAMAECO), se ben descoñezo da súa existencia ao sur do Miño (en galego páramo é sinónimo de 'outeiro').

Então, a questão da interpretação do *p- (e este seria um assunto a melhor discutir noutra sessão do fórum) me parece complicada. Acredito que haja casos em que este P- é realmente o *p- IE (que não mutou para *φ- como no restante do céltico) e em alguns casos (especificamente na área Lusitânica) talvez, como no gaulês, fosse *kw-. O critério para distinguir, me parece ser a aceptabilidade da etimologia em relação ao contexto em que o termo fora atestado. O lusitânico mesmo apresenta evidências para as duas coisas (a preservação do *p- e para *kw- > *p). Na zona celtibérica, o fonema aparece claramente envolvido em um betacismo, o exemplo claro é o do teônimo *Perkunez (Bronze de Botorrita :berkunetaka: > "Perkunítico, pertencente a Perkunez") é **Berkunez**. O caso do epíteto galaico PARAMAECO mesmo, pode vir naturalmente da etimologia mais cotada de *paramo- (de onde o nosso "páramo") ou de uma construção em *kw- (sendo um empréstimo lusitânico, ou algo assim), como do verbo proto-céltico *kwar-e/o- "fazer, construir, formar" (de onde eu interpreto o lusitânico PRAISOM, "construto poético, poema ou encantamento"), de onde **paramaecos** (< *kwar-am-ako-) seria algo como "formador, fazedor", epíteto que cai bem a um deus supremo. A questão é que temos de partir de algum ponto, assumir algo, se não a equipolência de interpretações nos paralisa e impede a caminhada. Se depois percebermos que estivemos equivocados numa interpretação, corrijamos, pois! Wink

Fico muito grato pela contribuição e feliz que teremos muito para conversar no sub-fórum "Línguas". Abraço!
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Mensagem  callaeca Sáb Jan 21, 2012 2:12 pm

Non hai problema ningún de que escribas en portugués. Resúltame ás veces moi sorprendente que tendo linguas da mesma nai, o falante portugués opte polo castelán para comunicarse cun galegofalante e viceversa.

Hai un bó traballo encol do *p nas linguas hispano-celtas: Carlos Búa, 'O Thesaurus Palaeocallaecus', en Onomástica Galega, Verba 58, Dieter Kremer ed., Universidade de Santiago de Compostela, 2007, onde se recollen numerosos exemplos ao respecto. Só hai un exemplo seguro no ámeto dialectal callaeco onde pode posibilitarse a caída do *p, no NL call. OLCA, tradicionalmente derivado de *polka-, que orixinaría supostamente en galaico-portugués a palabra olga 'terra de labor'. Nembargantes, pódese pensar que a inclusión nas linguas romances deste termo puido facerse ao través do latin vulgar ('tales enim incolae olcas vocant') ou mesmo como galicismo na Idade Media, pois que o mesmo o atopamos no Mosela olke 'viña, chousa', como no provenzal olca, francés ouche, castelán huelga, etc.

Agora ben, parece muito máis adecuado chamarlle a un castro ie. h2olkeh2- 'fortificación' que 'campo', polo que a etimoloxía da Escola Tradicional salmantina volve a poñerse en cuestionamento. Aínda poderiamos partir tamén da voz celta *olka- 'lobo'. Calquera destas dúas formas explicarían mellor os étnicos galo e celtibérico OLCAE e OLCADES, como o NL cántabro OCTAVIOLCA e o propio NL callaeco.

É coñecido que na Galiza hai cáse que 100 nomes de lugar rematados en -bre, que derivan da forma celta *brigs. Non se ten cuestionado a celticidade do primeiro elemento destes toponímicos compostos, agás dos exemplos Pambre e Pantiñobre. Prósper tratou de resolvelos co achegamento hipotético cara os dialectos celtas en p, mais non se pode admitir que unha mesma lingua teña duas realizacións diferenciadas no tratamento dun mesmo fonema. Ollando exemplos como os nomes callaecos QVERQVERNII, EQVAESII, ARQVIENOBO ou TVROQVA é imposibel de admitir tal circunstancia. Daí que Moralejo derive estes dous casos galegos como formas derivadas do ie *pala 'río' (*palambri- > Pambre e *palantiniobri- > Pantiñobre).

Mais o problema de todo isto parte de que na Iberia (similarmente en Celtiberia) o numeral cinco amosase transcrito como *PENTO, que non se corresponde a unha lingua en Kw. Isto poderíase explicar soamente de que xa dende moi cedo a realización do ie. *penkto- fora *pen(k)to- > *pento-, o que imposibilitou a súa reconversión en Kw.

Admitir a presenza do *p en Iberia (mesmo no celtibero) non supón en realidade acelticidade, senón que demostra a maior antiguedade da lingua celto-hispana respecto das demais variedades dialectais coñecidas históricamente. E isto témolo que ter moi en conta para entendermos a concepción espiritual dos pobos do occidente peninsular.


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Deuses da Galécia do Norte Empty Re: Deuses da Galécia do Norte

Mensagem  M· Diniz Nemetios Sáb Jan 21, 2012 8:28 pm

callaeca escreveu:É coñecido que na Galiza hai cáse que 100 nomes de lugar rematados en -bre, que derivan da forma celta *brigs. Non se ten cuestionado a celticidade do primeiro elemento destes toponímicos compostos, agás dos exemplos Pambre e Pantiñobre. Prósper tratou de resolvelos co achegamento hipotético cara os dialectos celtas en p, mais non se pode admitir que unha mesma lingua teña duas realizacións diferenciadas no tratamento dun mesmo fonema.a unha lingua en Kw. Isto poderíase explicar soamente de que xa dende moi cedo a realización do ie. *penkto- fora *pen(k)to- > *pento-, o que imposibilitou a súa reconversión en Kw.

Bem, ao menos que não seja um substrato linguístico, a presença de alguns *p-. Se o *p- for preservado em todos os casos, e se defenda que, necessariamente, se deve admitir que o *p- foi preservado, então teremos problemas para explicar alguns termos, como o teônimo LIDA (< IE *plith2- e de onde o gaulês Litauī) ou **lāros** (PrC: *φlāro- de onde nosso "leira"), ou ainda preposições/prefixos como AR(E)- (< *φare-) ou VER- (< *uφer-), etc. Eu vejo mais sentido em acreditar que há casos de um substrato de preservação do *p-, e talvez mesmo (e mais dificilmente) de empréstimo linguístico (como no PRAESTAMARCI, e dos PRAE- para AR(E)- em geral, ou talvez mesmo no lusitânico PORCOM).

callaeca escreveu:Admitir a presenza do *p en Iberia (mesmo no celtibero) non supón en realidade acelticidade, senón que demostra a maior antiguedade da lingua celto-hispana respecto das demais variedades dialectais coñecidas históricamente. E isto témolo que ter moi en conta para entendermos a concepción espiritual dos pobos do occidente peninsular.

Sim, claro. Não advogo que a presença de um *p- seja sinônimo de não-celticidade. No meu ver, é substrato de um céltico mais arcaico. Apesar de ser incontornável que ainda é um critério a ser considerado (no mundo anglófono mesmo, ainda é bem considerado).

Abraço!
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Deuses da Galécia do Norte Empty Re: Deuses da Galécia do Norte

Mensagem  callaeca Dom Jan 22, 2012 7:12 pm

Dicía o outro día que soamente afecta esta anomalía fonética no grupo consoántico inicial pl- (cf. call. dat.sg. LARAVCV < *plaro-), amais do grupo consoántico interior -ps- (cf. teónimo callaeco dat.pl. DEARVM VSEIS < *usse- < *ukse- < *upse- vs. celtib. U.S.A.M.A./UXAMA e quizais o lusitano VSSEAM (1)).

Atendendo ao espazo ambiental que arrodea a inscrición de MOELIO MORDONIECO, nas inmediacións da Fervenza de Parada (Amoeiro, Our.), semella certa a súa relación dentro do ámeto de deidades das augas salutíferas (cf. BORMANICO, EDOVIO). Este tipo de deidades son frecuentes na Galia e na Britannia.

MOGONTIA é unha deidade gala que, xunto a ICOVELLAVNA, preside a fervenza das augas sagradas do río Le Sablon. Esta deidade ten a mesma estructura etimolóxica cás divinidades galas MOGO,MOGOVNVS, MOVNVS e as britanas MOGONTI, MOVNTI, MOVNV, MVGVNTI. Aparece vencellado con Apollo en Wibmung: cf. APOLLO GRANNVS MOGOVNVS.

Tanto Olmsted como Isaac afastan MOGETIOS (ie. mêgh- 'grande, longo', celta *magos/*mogos, asociado a Marte e co que se relacionan os NP callaeco AMBIMOGIDVS < *ambi-mog-et-os e lusitano MOGOLIVS) das anteriores deidades que fan derivar do ie. *maghu- 'xoven', celta *mogo-/*mogu-. Serían, entón, divinidades vencelladas ás augas salutíferas, ás augas rexenerativas, é dicir, vencelladas ao arqueotipo universal da 'fonte da xuventude ou da vida'.

Unha das principais formas innovadoras dos dialectos hispano-celtas é a lenición das oclusivas sonoras, descoñecido en celtíbero mais non no galo-britónico. Unha das consecuenzas é a perda, segundo as vogais circundantes, do fonema /g/: cf. lusitano CELTIENVS < *celtigenus, callaeco SESMACAE < *segisamaca.

Isto pode facilitar unha plausibel etimoloxía MOGELIVS, a partires dunha forma atemática en -u con sufixación -el- (cf. *ok-el-o- > ocelo), non só fronte a proposta de Prósper, totalmente delirante, senón a basada a partir do ie. *moilo- 'suavis, planis', celta *moilos 'blunt', irl. maol, galés mul 'simpleminded', non doado de encaixar nas atribucións dunha deidade.

------
(1) Non parece moi consecuente tomar en consideración a forma ie. *ut-s-yâ- 'de un ano' pola falla de Ablaut, xa que só se rexistra en hitita, mentres que en italo-celta prevalecen os derivados da protoforma ie. *wet-. Ten en conta que se ten tomado como certa, sen ningún tipo de revisión, a traducción realizada no ano 1969 por A. Tovar da inscrición das Fráguas.

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Mensagem  M· Diniz Nemetios Dom Jan 22, 2012 10:33 pm

callaeca escreveu:Dicía o outro día que soamente afecta esta anomalía fonética no grupo consoántico inicial pl- (cf. call. dat.sg. LARAVCV < *plaro-), amais do grupo consoántico interior -ps- (cf. teónimo callaeco dat.pl. DEARVM VSEIS < *usse- < *ukse- < *upse- vs. celtib. U.S.A.M.A./UXAMA e quizais o lusitano VSSEAM (1)).

Eu diria que também as do tipo como exposto nos prefixos *φari- e *uφer- (que abrangeria também mais coisa) ou não achas que AR(E)- e VER- iniciais de vários nomes não remontam à estes? Seria uma opinião realmente inusitada. Além de que isto não invalida o substrato de *p- inicial arcaizante em nada. Mesmo na língua que falamos, latina, temos lá nossos substratos célticos (e não só em topônimos, como Ledesma, etc. nem em antropônimos como Cervantes, Dantas, etc., mas em palavras de uso corrente). Em todo caso, creio que compreendi tua posição. Como disse, teremos muito a conversar no subforum "Línguas". Wink


callaeca escreveu:Isto pode facilitar unha plausibel etimoloxía MOGELIVS, a partires dunha forma atemática en -u con sufixación -el- (cf. *ok-el-o- > ocelo), non só fronte a proposta de Prósper, totalmente delirante, senón a basada a partir do ie. *moilo- 'suavis, planis', celta *moilos 'blunt', irl. maol, galés mul 'simpleminded', non doado de encaixar nas atribucións dunha deidade.

Tens razão, não havia atentado para a possível queda do *-g-, talvez por ser MOELIO- (geralmente, viria automaticamente se fosse MOILIO-... claro, isto não se baseia em muitas evidências, é mais uma intuição, mas suspeito que quando caído o *-g-, passado a fase arcaica - onde foneticamente não havia diferença de OE/OI ou AE/AI, os ditongos -AI- indicaria um possível -AgI-... mas isto é impressão minha). Delamarre (2003, p. 213) diz que *MAGETIO-/*MOGETIO- (isto me levaria a pensar o lusitano MOGOLIVS como uma possível versão de MAGALIOS - de *magalo-/*maglo- "príncipe" a Proto-Celtic/English Wordlist da Universidade de Gales, diz "nobre" para *maglo-, Matasović, 2009, p. 252 "nobre, chefe") como "pulsante". Daí para MOELIO- > **MOGELIO-**, considerando um possível MAGELIO-, talvez tivesse relação com estas raízes, ou com o verbo *mag-e/o- "crescer, aumentar, elevar, alimentar". Já *mogu- (MATASOVIĆ, 2009, p. 274) é "servo" (mas penso que de *mogu- teríamos algo como **mogulios**). No dicionário IE mais completo que eu tenho (o do Julius Pokorny revisado pelo pessoal da associação DNGHU de 2008) temos IE *maghos "rapaz" (2008, p. 1964), IE *magh- : māgh- (2008, p. 1966) "estar apto, ajudar, poder" que não está atestado em nenhuma língua céltica; "lutar" > *maĝh- que só está atestado no grego μαχη e derivados (2008, p. 1689) e *maĝ- "pressiona, amassar" (2008, p. 1969) que está sim atestado no céltico... Agora por qual raíz desta optamos para interpretar MOELIO-?
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